Fotos: Eduardo Zappia.
Sou jornalista e há mais de 30 anos trabalho na área de Comunicação e Marketing. Durante 18 anos, fui executiva de uma editora, na qual tinha uma equipe de 16 pessoas sob a minha liderança. Três meses depois de iniciada a pandemia de Covid-19, no meio do lockdown, fui demitida. Racionalmente, é possível compreender o fato. Afinal, o mundo entrou em crise e a empresa na qual trabalhava, antes mesmo da pandemia se instalar, já se encontrava deficitária.
Mas, de qualquer forma, foi um baque. De um dia para o outro perdi o status, o sobrenome, meu trabalho e a fonte de meus rendimentos. Estava com 53 anos e fiquei sem chão. No primeiro dia, após a demissão, lembro muito bem, fiquei por horas olhando para a tela do computador ligado, sem saber o que fazer. Trabalho desde os 16 anos e nunca havia ficado sem atividade. Estava acostumada a uma jornada de mais de dez horas por dia e, de repente, tinha todo o tempo a meu dispor. Mas eu ainda estava aprisionada naquele outro tempo e não sabia o que fazer com tantas horas livres.
Um misto de ansiedade com tristeza invadiu meu corpo, minha alma. Estava paralisada e não tinha a menor ideia de qual rumo seguir.
Por 18 anos estacionei meu carro na mesma vaga, sem olhar muito para outros espaços que poderia ocupar.
Me acomodei, fiquei na sala de espera, na zona de conforto, achando que a minha vida já estava ganha, que nunca perderia aquele emprego e era só esperar pela aposentadoria.
A importância de buscar ajuda
Alguns meses depois do ocorrido, encontrei um conhecido que me falou sobre o trabalho de mentoria desenvolvido por Cris Barata. Não tínhamos muito contato, mas ele soube ler que eu estava realmente precisando de ajuda. Ele me disse com essas palavras: “Procure a Cris que ela vai lhe colocar no caminho, que ela vai lhe dar uma luz, um norte”.
Com a autoestima no pé, um desânimo terrível, e não enxergando um horizonte pela frente, fiz um enorme esforço e liguei para a Cris. Conversamos, ela me contou como era o programa Néctar e fiquei de dar uma resposta. Pensei, pensei e acabei topando. O que me chamou a atenção foi que o programa de mentoria era focado em executivos da minha faixa etária. E isso realmente foi um grande diferencial, pois ela conhecia as minhas dores, anseios e dificuldades. A empatia era imensa, pois ela já havia vivido na pele o que eu estava passando.
Hoje, dois anos depois da finalização do programa, vejo a minha vida em perspectiva, em uma boa perspectiva, diga-se de passagem.
Ressignifiquei a minha história, me empoderei de minhas conquistas, qualidades e habilidades e entendi que tinha um mundo de oportunidades pela frente, fazendo coisas que realmente eram importantes para mim e que poderiam ter significado e fazer a diferença para outras pessoas.
Por algum tempo, insisti na procura de uma nova colocação profissional. Mas o Brasil e o mundo ainda têm muito o que avançar na questão da contratação de profissionais com mais de 50 anos, especialmente aqueles que se encontram em uma posição executiva, e ainda mais se forem mulheres. Candidatei-me a várias vagas e, depois de um ano sem respostas, desisti dessa angústia vazia, que não me levava a nada. Pelo contrário, me deixava sem ação, ancorada no limbo. Como me ensinou Cris Barata, a minha mentora, a virada significativa estava por vir. E veio.
A hora da virada
Já se passaram mais de dois anos que fui demitida. Olho para trás e entendo que fizeram aquilo que eu mesma não consegui fazer, para seguir com a minha trajetória profissional e avançar em minha caminhada. Não foi da melhor forma, não foi do jeito que imaginava, mas foi importante ter acontecido.
Hoje, tenho a minha empresa, a Arandu Produtora de Conteúdo, onde coloco meu coração, meus sonhos e toda a expertise acumulada ao longo de minha carreira.
Sou muito grata a Cris Barata que me orientou, inspirou e reconectou com aquilo que tenho de mais singular: o amor pela arte de escrever conteúdos que resgatam memórias, contam histórias e engajam as pessoas com marcas empresariais e pessoais. E o mais incrível: tornei-me parceira dela, no Néctar, onde tenho a oportunidade de compartilhar a minha experiência e aprender com a dos profissionais que passam pelo programa, além de contar as suas histórias.
Se me permite um conselho: não espere a vida fazer por você aquilo que você pode fazer agora. Seja protagonista da sua história e faça a sua virada. Mas com planejamento e estratégia, para não ser surpreendido. Os benefícios são inúmeros, mas o mais importante é poder se dedicar àquilo que você faz melhor e que lhe faz uma pessoa melhor.
Parabéns!!!! Que bom que a vida lhe ofereceu novos caminhos e tão preciosos... Escreves muito bem!!! É muito prazeroso ler seu texto... A leitura flui maravilhosamente...
Vc autoriza o compartilhamento??? Penso que sim, pois tem os ícones do Facebook, etc....
Abraços,